sexta-feira, 7 de junho de 2013

Bariloche

Bom, já faz alguns anos em que eu tenho gosto por pedalar, especialmente por pedalar em trilhas e estradas de terra. Primeiro devido ao fato de haver pouco ou nenhum transito de veículos e depois pelo fato de partilhar de paisagens gratificantes.

Há muito tempo que eu já vinha querendo pedalar em Bariloche, na Patagônia Argentina, durante o verão. Destino usual dos praticantes de esportes de inverno, Bariloche no verão oferece inúmeras opções de atividades "Outdoor", em meio a paisagens deslumbrantes. O verde da vegetação, os tons de azul dos lagos,  o marrom dos terrenos áridos, o branco da neve no topo do Cerro Tronador e o coloridos das flores montam um mosaico de paisagens, que gratificam a alma e inspiram qualquer atividade. Sem falar em seus recursos naturais que proporcionam as mais diversas modalidades esportivas. Nos Rio pode-se praticar Rafting e Canoagem, nos lagos é possível velejar (Windsurf, Kite, Vela Oceânica ...), remar, mergulhar; e as montanhas oferecem infinitas trilhas para trekking, Mountain Bike, e escaladas.

Sem falar que devido ao câmbio, fica mais barato ir a Bariloche do que viajar pelo Brasil.

Foi quando no final de 2011, decidi mesmo ir. Pesquisei em diversos sites e fui no final do verão de 2012, em Março. Realmente o destino foi bem escolhido. O local oferece trilhas aos praticantes de Mountain Bike de todos os níveis, desde o iniciante aos mais experientes.

Saindo da cidade em direção ao Parque Municipal LLAO LLAO é possível pedalar em asfalto liso beirando o lago de Nahuel Huapi, com suas águas "caribenhas". Uma pedalada para curtir a vista sem grandes esforços. Pegue a Av. Bustillo e vá embora... Na maior parte do trajeto ha acostamento de terra, mas pode-se pedalar no canto direito do asfalto. Os argentinos respeitam muito bicicleta no transito.

Uma boa opção a quem quer iniciar pedaladas em estrada de terra sem muitas subidas ingrimes, é a Península San Pedro (Km 20 da Av. Bustillo). Uma península que adentra o lago Nahuel Huapi, local de belas casas! A estrada de terra principal é basicamente plana, com leves subidas e descidas e suas vias secundárias todas levam a alguma margem do lago, seja para o lado do Brazo Campanario, de onde se avista o Cerro homônimo, (que vale a subida de teleférico para visualizar uma das vistas mais belas do mundo de acordo com a National Geographic) como para o lado aberto do lago de onde se pode avistar a Isla Victoria e a Peninsula Huemul na margem oposta.

Para quem já gosta de boas descidas, existe o Cerro Otto. No seu topo existe um restaurante giratório que permite uma vista 360º sem sair da mesa. Este Cerro permite que o ciclista escolha se quer subir pedalando seus 7 km de estrada de terra, ou se quer subir de teleférico (pode subir de teleférico com a bike, basta pagar a tarifa específica). No topo do cerro existe uma trilha que circula o cume vizinho, dando a volta nele. Para a descida, também existem opções. Os mais contidos podem simplesmente descer pela estrada de terra, curtindo o visual do Nahuel Huapi, ou escolher as trilhas (senderos) pelo mato. Estas bem mais técnicas, com terrenos que vão de arenosos a rochosos, mas de visual muito bonito. Ouvi boatos sobre possibilidade de assalto nestas trilhas, e que vale percorre-las em grupo. Como eu estava sozinho, desci sozinho mesmo, sem qualquer contratempo. (Situação semelhante a da Vista Chinesa no Rio de Janeiro, já ocorreram assaltos, mas definitivamente não é constante).

Outra pedalada é o Circuito Chico, que passa por dentro do Parque LLAO LLAO. Contorne o circuito no sentido anti horário começando pelo Puerto Pañuelo em frente ao Hotel LLAO LLAO. A estrada é toda asfaltada e passa por lugares incríveis como o Cerro Lopez, a Bahia Lopez e o Lago Perito Moreno Oeste. Vale a entrada na Colonia Suiza, pequena vila de origem Suíça, onde se encontra a fábrica da cerveja Berlina. Booooaaaa... Na saída do circuito, de uma parada no bar Punto Panoramico, o local e a vista justificam o nome. Boa oportunidade para ótimas fotos enquanto bebe um chocolate quente.

O Cerro Catedral merece mais de um dia de pedal, dependendo da pessoa. Dá para ir pedalando ou de carro. Lá, vale a pena pegar a trilha de acesso ao Refugio Frey e retornar, basta se informar na base do Cerro. Existem mapas e placas. É possível retornar ao centro de Bariloche pelo mesmo caminho de ida ou voltar via Lago Gutierrez. Existem duas opções para este retorno, ou pega a estrada de terra via Balcon de Gutierrez, indicação mais tranquila, ou a trilha que vai pela mata, um single track alucinante que passa até por dentro de rios, tanto cruzando-os quanto utilizando seu leito como a própria trilha. (Aconselho buscarem informações na loja Bike Divertite, que fica na base do cerro.
O Cerro Catedral originalmente é uma estação de esqui no inverno, e de uns anos pra cá, nos verões se tornou também um Mountain Bike Park. Aos que buscam mais adrenalina vale a pena comprar um passe diário ao teleférico do Cerro. O Teleférico dá acesso a diversas trilhas dos mais variados níveis, sendo classificadas como as pistas de esqui (Verde, iniciante; Azul, intermediário; Vermelha, avançado; Preta, experts). Na bilheteria assina-se um termo de responsabilidade e aconselho pegar um mapa das trilhas. De um ano para o outro a administração do parque alternas as trilhas. Sem duvidas para quem gosta de trilhas e downhill, este é O LUGAR para ir!! Vale a pena alugar uma bicicleta full suspension e equipamento de segurança. Fui em 2012 e 2013, no primeiro ano de hardtail e no seguinte aluguei uma full, faz toda a diferença!! A loja Bike Divertite aluga tudo. Procurem pelo Damien, ele é um dos donos e atende super bem. (No dia que fui, agora em 2013, tinha pouco movimento e ele fechou a loja e foi de guia comigo para as trilhas. Cara muito gente boa!)

Bom, por enquanto fico por aqui, mas em breve volto com mais opções de bicicleta em Bariloche, bem como dicas de outras atividades locais.

Até lá!

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